No último sábado (08), representantes de diversos municípios da região da Foz do Rio Itajaí participaram do 1º Encontro Intermunicipal “Mulheres Negras em Marcha: Por Reparação e Bem Viver”, realizado na cidade de Itajaí, nas dependências da Associação de Apoio às Famílias com Hanseníase e Câncer. O evento reuniu mulheres negras de Itajaí, Navegantes, Ilhota, Itapema, Penha e Balneário Camboriú, além de contar com a presença de uma representante do município de Gaspar. A iniciativa foi organizada pelo Grupo Mariama de Itajaí.
A reunião foi coordenada por Maria Estela Costa da Silva, de Criciúma, que atua como Coordenadora Estadual da Marcha Nacional em Santa Catarina. Durante o encontro, ela apresentou um panorama geral da organização do movimento, resgatou a trajetória da 1ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, realizada em 2015 em Brasília, e destacou os principais objetivos da 2ª edição, que acontecerá uma década depois.
Objetivos da Mobilização
Entre as principais pautas da marcha, destacam-se:
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Combate ao racismo, à violência e à discriminação racial: Luta contra práticas discriminatórias estruturais que afetam mulheres negras em diversos espaços, como o mercado de trabalho, instituições educacionais e serviços de saúde. Busca garantir a igualdade de oportunidades e enfrentar abusos motivados por preconceito racial.
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Garantia de direitos: Defende o pleno acesso das mulheres negras a direitos fundamentais, como educação de qualidade, saúde integral, moradia digna e participação política. Exige políticas públicas específicas que levem em consideração os desafios enfrentados por essa população.
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Fim do feminicídio negro: Combate à violência letal contra mulheres negras, cujas taxas são alarmantes no Brasil. Inclui a exigência de políticas eficazes de prevenção, proteção às vítimas, punição aos agressores e maior visibilidade para esse problema nas estatísticas oficiais e políticas de segurança pública.
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Bem viver: Propõe um modelo de sociedade baseado no respeito à diversidade, na sustentabilidade ambiental, na solidariedade e na valorização das tradições culturais afro-brasileiras como elementos fundamentais para uma vida digna.
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Reparação histórica: Reivindica medidas concretas para reparar os danos causados pela escravidão e pelo racismo estrutural, como a implementação de políticas afirmativas, o reconhecimento da contribuição das mulheres negras na construção do país e a preservação da memória e identidade negra.
Mobilização Regional
A coordenadora ressaltou a importância da articulação regional para garantir a participação expressiva das mulheres negras de Santa Catarina na Marcha Nacional, que será realizada no dia 25 de novembro, em Brasília. Para isso, foi criada uma comissão composta por representantes dos municípios de Itajaí, Ilhota, Itapema e Penha, responsável por mobilizar o poder público e a sociedade civil em apoio à marcha.
A comissão também coordenará esforços para viabilizar a participação efetiva das mulheres negras da região no evento nacional. A próxima reunião será realizada virtualmente, em data ainda a ser definida.
Confira as imagens do encontro: